Thursday, July 14, 2005

Minuto de silêncio pelos atentados

Uma semana depois, Londres e diversas partes do mundo param e ficam dois minutos em silêncio em condolências aos que morreram e ficaram feridos no ataque terrorista do dia 7 de julho. Mais uma vez cenas inacreditáveis pelas ruas que nunca parecem dormir: silêncio onde usualmente é até dificil conversar de tanta poluição sonora. O trânsito na Oxford Street pára, trabalhadores saem dos escritórios e vão para as ruas, uma multidão se forma em frente a estação de King's Cross, a rainha observa a cerimônia em seu palácio e o primeiro-ministro se junta a uma equipe de policiais.

Eu, sem dinheiro para comprar o jornal diariamente, nem sabia o que estava acontecendo quando cruzei as ruelas de convent garden. De repente tudo parou. Parecia que tinham esquecido de dar corda no mundo. Eis a foto logo abaixo do momento, apesar de a imagem nem se comparar a sensação do momento. Fiquei realmente impressionada com aquilo.

Depois de dois minutos ali parada, segui para o National Theatre para assistir um espetáculo de teatro de rua. Todo dia tem alguma apresentação free por lá. Na verdade, nesta época do ano, por toda a cidade tem coisa gratuita e, o melhor de tudo, ao ar livre. Os ingleses realmente amam sentar no gramado, no chão, seja lá onde for, para assistir alguma coisa.

Não é difícil de compreender porque as pequenas praças espalhadas pela cidade ficam lotadas de gente largada no gramado bebendo uma cerveja no final de tarde (aqui umas 8, 9 horas da noite) - durante 10 meses eles passam frio, que vem acompanhado por uma chuva quase diária, vento e sem ao menos alguns raios de sol. É claro que quando o astro rei esbanja luz e calor todos ficam louquinhos por aqui.

Voltando ao "The Miracle Show", a peça que fui assistir, foi divertida. Deu pra rir um pouquinho e, durante o espetáculo eles falavam várias línguas, além do inglês claro! Cada ator era de um país, e um deles inclusiver era português. Bem em frente ao teatro, no Tames Walking (o calçadão que beira o rio) estava tendo um grande sebo improvisado. Muitos livros usados! Quase fiquei louca vendo aquilo.

Me segurei e depois de dar uma boa espiada comprei só um dicionário Oxford, o que é essencial pra mim. Apesar de ser realmente antigo (acho que de 1964), o inglês nem mudou de lá pra cá e eu achei ele bem bom. Tem os verbos frasais, guia de pronúncia e ainda por cima é em capa dura. Tudo isso por 4,95 pounds!

Isso me fez lembrar que, na segunda-feira, quando andava em direção a estação de King's Cross para bater fotos da cena dos atentatos, passei pela British Library e resolvi dar uma entrada. Fiquei lá por pelo menos duas horas. Nada aqui dá para apenas "dar uma espiadinha", quando você se dá conta a olhadela se transformou em uma aula de história.

Ali eu vi a Bíblia de Gutemberg, peças originais de Shakespeare, letras de músicas escritas à mão pelos Beatles, e alguns até mais antigos de Mozart, Bethoven, Virgínia Wolf e mais um monte de gente famosa que se for pra citar todos vou me prolongar muito aqui. Isso sem contar o acervo sonoro deles: ouvi uma entrevista com os Beatles, parte do Live Aid de 1985, autores lendo trechos de seus livros, etc...

Bom, por hoje fico por aqui. Fim do dia, fim da folga e início de um fim de semana de ralação. Vou indo nessa e acho que agora só atualizo o blog novamente no domingo. Amanhã devo ir num cover do Green Day aqui perto de casa com as italianas amigas da Cristina (que mora comigo) e sábado chego muito tarde pra pensar em escrever. Por isso, bom fim de semana para vocês, espero que o meu seja cheio de clientes ricos que deixem gordas gorjetas!

Fui!

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