Nossa viagem para Praga, capital da Republica Tcheca, iniciou com uma espera de duas horas na estacao central de trem de Berlim. Apesar disso, a viagem foi tranquila, com belas paisagens principalmente ao entrar na republica tcheca que possui um territorio montanhoso. Pela Alemanha so avistamos vastos campos de plantacoes e usinas eolicas.
A decepcao com Praga comecou pela estacao de trem. Ao desembarcar em uma estacao velha e com uma pessima infra-estrutura (considerando ser um trem internacional e esta a capital do pais), uma multidao de tchecos nos cercaram oferencendo acomodacao. O segundo desafio foi nos entender com a maquina de bilhetes do metro, ja que a explicacao estava toda em tcheco. Finalmente conseguimos comprar os bilhetes em uma tabacaria e seguimos as instrucoes do nosso albergue para encontra-lo. A cidade que vimos ao sair do metro nao se parecia nada com o que me descreviam. A diferenca e muito marcante da riqueza alema para o pouco desenvolvimento da europa oriental.
O centro comercial da cidade me lembrava e muito o Brasil. Ao menos a pensao era ajeitadinha, tirando o louquinho e gago da recepcao. Tentei pedir indicacoes de um lugar legal para comer e quando ele comecou a abrir a boca ja me arrependi.
Seguimos para o centro historico da cidade, na esperanca de encontrar a Praga dourada. Ao chegar na beira do rio, aos pes da ponte Charlie e torres medievais, nossa impressao comecou a mudar. A vista dali para o Castelo e belissima, alem disso as ruelas ao redor da praca do famoso relogio astrologico, sao super bonitinhas. Me encantei com as torres pontudas, de onde provavelmente rapunzel jogava suas trancas para o principe encantado.
Passamos tres dias passeando e imaginando como deveria ser a cidade no inverno, coberta por neve, escura, com o tom amarelado da iluminacao durante a noite. Com certeza esta nao e a epoca mais bela de uma capital tipica de inverno europeu. Experimentei o prato tipico, Goulash Tcheco, andamos pela "Minas Gerais" dali (regiao ao entorno do castelo, onde predomina a arquitetura barroca e nao ha quem negue que e identico a Ouro Preto), e conhecemos a antipatia do povo. Nunca vi um povo tao mal educado e carrancudo. Toda vez que perguntava alguma coisa para alguem recebia uma meia resposta pra la de grossa.
Na noite do terceiro dia, partimos para Budapeste. De onibus. A rodoviaria da cidade foi a coisa mais arrepiante que ja vi. Se a estacao de trem jah era precaria, imagine a rodoviaria. Nem ao menos um lugar para comer encontramos la dentro. Estava em uma rua deserta e com gente estranha rondando. Para piorar nosso onibus atrasou uma hora (ta virando rotina isso!). Nossa sorte foi ter um casal hungaro esperando, porque senao achariamos que o onibus tinha sido cancelado (e a central da cia de onibus ja estava fechada).
Chegamos em Budapeste as 6h30 da manha, depois de uma viagem cheia de paradas e uns milhares de controle de passageiros - isso porque tivemos que cortar a Slovakia para chegar na Hungria e da-lhe policial de tudo quanto e pais conferindo passaporte. Achar nosso hostel tambem nao foi facil. Ao menos ao sair da estacao de metro vimos uma cidade mais civilizada. Andamos, andamos e andamos e nada de encontrar o tal Hostel. Ate que finalmente achamos a portinha ao lado de um cinema "Art". Ao abri-la demos de cara com uma escadaria enorme e um corredor sujo, fedendo fortemente a mofo e com cara de predio abandonado. Onde estavamos nos metendo, pensamos. Subimos tres andares incrivelmente altos e largamos nossa mala, ja que o check-in era apenas a 1h.
Budapeste causou uma impressao muito melhor, com avenidas maiores, mais organizadas, mas ainda tao sujas quanto Praga. Os predios historicos sao belissimos e o castelo tao quanto.
Aqui ao menos as exposicoes permanentes dos museus sao gratuitas. Assim, aprendemos um pouquinho mais sobre o imperio austro-hungaro e conhecemos alguns pintores da regiao. Alem disso, a temperatura caiu muito, chegando a menos de 20 graus aqui. Para nos uma delicia, ja que o calor estava insuportavel.
O mais divertido de tudo foi o que encontramos para comer. No primeiro dia, experimentamos sopa de frutas vermelhas. Incrivelmente apetitosa para mim. O Fabiano, ao contrario, soh deu umas duas colheradas na sopa com cara de yogurt. Ontem, resolvemos comprar um rocambole "de chocolate" que parecia muito gostoso. Porem ao prova-lo, vimos que na verdade se tratava de massinha disfarcada! E quando digo massinha, e esta mesma que adoravamos brincar quando crianca. Inacreditavel, mas o gosto era exatamente o mesmo....
Amanha partimos para Viena, um pouco mais descansados, ja que hoje o ceu esta bem carregado e friozinho. Resolvemos dar uma paradinha no hostel para recarregar as baterias depois do almoco e fugir da chuva que vem por ai.
Fabia batendo fotografia dos pimpolhos: Thomas e Marco.
